Praias e Cultura do Sul

História, cultura, culinária e tempo. Polvilhe com clima quente mediterrânico, e tem todos os ingredientes para viver, deliciosamente, a genuína dolce vita. A partir daí basta desfrutar de cada segundo da vida e viver com alegria todos esses momentos. E o sul do país é ideal para tudo isto.

As cidades são antigas com muita história para descobrir; a cultura, em particular, a pintura e escultura, são incontornáveis em qualquer ponto de Itália; a culinária, no Sul, tem tudo para saborear refeições cheias de sabor e... amor, e tempo, porque, aqui, tudo acontece com um ritmo mais lento, em harmonia com a vida e perfeito para saborear o dolce far niente.

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Nápoles, Costa Amalfitana & Sorrento

Endireite as costas, dê a mão ao seu par, respire fundo e prepare-se: é hora de dançar a Tarantella! Isso é sinal de que chegou a Nápoles, uma cidade onde tudo é intenso e genuíno, bem ao estilo italiano.

Caótica para uns, encantadora para outros, ninguém fica indiferente a Nápoles e só isso já é motivo para a visita. A verdade é que, há, de facto, qualquer coisa de decadentemente atrativo nesta cidade, sem que isso seja, necessariamente, mau.

E o que encanta é essa estranha mistura de antigo com degradado; de patine com sujidade; de frescos antigos com grafitis contemporâneos; do orgânico e do cru da pedra, dos ocres, do tijolo e do mar, azul. Uma cidade que é o reflexo da personalidade dos locais, homens e mulheres sempre apaixonados, intensos, genuínos, a gesticular e a falar alto. A alma italiana na sua versão mais autêntica!

Nápoles tem muito para ver e para comer. Sim, porque esta é a cidade-berço das pizzas e, portanto, não pode estar em Nápoles sem provar uma pizza ou... três. São deliciosas, nem que seja porque está de férias!

Como no resto do país, em Nápoles são inúmeras as igrejas, e quase todas dignas de visita, já que há sempre frescos ou estátuas para apreciar. No entanto, quanto a pontos de visita um pouco diferentes, sugerimos-lhe as Catacumbas de San Gennaro, um cemitério subterrâneo que data do século II e onde terá estado enterrado o padroeiro da cidade, justamente San Gennaro. É um local sui generis onde não faltam frescos e uma atmosfera única.

Para se sentir napolitano, visite o Mercado de Pignasecca, um dos mais antigos e genuínos mercados napolitanos. Aqui, encontra-se um pouco de tudo: carne, peixe, frutas e legumes, frutos secos, ervas, queijos e vinhos, roupa e artesanato e, com certeza, o espírito napolitano por todo o lado.

O Bairro Espanhol é outra curiosidade de Nápoles. E apesar de ser espanhol, o espírito napolitano vive aqui ao rubro. É um bairro cheio de charme, com as suas ruelas estreitas, as casas abertas, muitas pessoas, cafés, bares e restaurantes e muitas lojas. Passear por aqui e comer uma pizza ou um gelado artesanal é, praticamente, obrigatório. A contrastar, a moderna escadaria da estação de metro Toledo é espetacular. Uma maravilhosa nota de água e de luz debaixo da terra.

Fora de Nápoles, mas não muito longe, duas visitas inesquecíveis: a Pompeia e ao Vesúvio.

Cidade do Império Romano do século VII a.C., Pompeia desapareceu, subitamente, soterrada nas cinzas do Vesúvio aquando da sua grande erupção de 79 d.C.. Cerca de 1600 anos depois, a sua descoberta revelou o impressionante bom estado de conservação, que nos permite, hoje, ter uma ideia bastante realista de como era a vida de então. Se gosta de história antiga, vai adorar este passeio!

Por sua vez, a visita ao Vesúvio é mais aconselhada a quem gosta de andar na natureza e de aventura, já que exige algum esforço físico e espírito aventureiro. Afinal, este é um vulcão ativo que, para todos os efeitos, pode entrar em erupção a qualquer momento, apesar de todas as movimentações serem controladas e, portanto, seguras.

Além disso, para chegar ao topo deste monte, e deslumbrar-se com as vistas maravilhosas, terá de andar um bocado, sobretudo, se quiser visitar a cratera. Mas, pode ter a certeza, o esforço vai compensar!

Se prefere o mar e as praias, então, de Sorrento, com um saltinho a Capri, até à Costa Amalfitana, é o que se recomenda. São cerca de 40 quilómetros de povoações junto à costa do mar Tirreno, todas elas debruçadas sobre o mar azul, e encostadas a belas montanhas de árvores e verde que dão um encanto especial a esta paisagem protegida pela UNESCO.

Claro que num lugar com estas características, há duas coisas imperdíveis: fazer pouco e comer bem. Afinal, toda esta região é um destino turístico por excelência que convida ao descanso e ao prazer de desfrutar da praia e do mar, da gastronomia riquíssima e das noites quentes e descontraídas à mesa de um bom restaurante ou bar.

Umas maiores, outras mais pequenas, umas mais turísticas, outras mais genuínas - a Costa Amalfitana é diversa, mas sempre lindíssima, com as suas casinhas encantadoras com vistas fantásticas para o mar, as suas praias pequenas e recortadas, de água agradável e tom azul, flores e frutos, marinas e barcos - enfim, tudo o que torna real o imaginário do verão italiano.

Sorrento, não é exceção, e daqui pode, ainda, fazer uma recomendável visita a uma das ilhas sensação, Capri. É aqui que muitos famosos e pessoas financeiramente privilegiadas têm casas de verão e, portanto, não é incomum ver caras conhecidas de revistas cor-de-rosa.

Talvez por isso as ruas pareçam passerelles de moda, sempre com as últimas tendências da moda, mas se prefere os clássicos, então delicie-se com os cantos e recantos, as árvores floridas e os vislumbres do mar. É um destino sensacional!

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Puglia & Matera

Situada no calcanhar e no salto da ‘bota’, encontra-se Puglia, uma região italiana também ela cheia de encanto. É, sem dúvida, um destino de praia banhado pelo azul profundo do Adriático e do Jónico, mas também um destino de muita história, vilas e aldeias caiadas com casinhas empoleiradas à beira-mar, paisagens rurais magníficas e, como não podia deixar de ser, de gastronomia excelente.

Por ser menos turística – mas não menos bonita - do que a Costa Amalfitana, também os preços e a densidade populacional de turistas são mais baixos, proporcionando uma experiência mais tranquila.

Monopoli; Polignano a Mare; Alberobello com os seus típicos trulli, antigas casinhas de tetos abobadados que serviam de armazéns agrícolas ou residências dos agricultores da região e que, hoje, são património da UNESCO; assim como Fasano são algumas das povoações que faz sentido incluir no seu roteiro, pois são todas uma maravilha, com muitas prainhas apetecíveis, paisagens surpreendentes, e um ambiente realmente tranquilo.

Vale a pena destacar a singular Matera, pois é uma ‘cidade de pedra’, praticamente monocromática, diferente de tudo, com os seus bairros – os sassi - escavados nas rochas.

Hoje Património Mundial da UNESCO, esta cidade pré-histórica habitada há cerca de dez mil anos e de origem troglodita, foi em meados do século XX uma das mais pobres de Itália, com famílias numerosas a viver nas piores condições, sem água ou luz, e ao lado dos seus animais, nas grutas ou cavernas escavadas na rocha.

Ainda que num processo controverso e doloroso, especialmente, para os locais, os então moradores foram recolocados e, aos poucos, estes bairros foram sendo recuperados e transformados em alojamentos turísticos ou locais de visita.

Hoje, estes bairros parecem cenários de filmes – foram aqui filmados vários, como A Paixão de Cristo ou a versão mais recente de Ben-Hur. Vale muito a pena visitar e descobrir. É impressionante!

Já fora dos sassi, Matera assemelha-se a outras cidades italianas, onde não faltam igrejas, praças, cores e sabores, esplanadas e modernidade. Um cenário bem mais familiar, mas nem por isso menos agradável.