Cidades e Lagos do Norte

O norte de Itália é especialmente rico, tanto no que diz respeito à industrialização e produtividade, como no que se refere a património e diversidade de locais de interesse.

Escolher onde ir não é necessariamente uma tarefa fácil, razão pela qual lhe deixamos aqui algumas sugestões de lugares que, por diversos motivos, são absolutamente únicos e de visita imperativa.

Passando por estes lugares alternará entre cidades antiquíssimas e locais fantásticos em plena natureza, que agradarão a todos os gostos. Pode acreditar!

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Milão, Lagos & Verona

Chegando a Itália via Milão entra na capital económica do país, que é, também, capital da moda e da elegância. A combinação destes dois factos torna Milão numa cidade cosmopolita e cheia de estilo, que equilibra, na perfeição, a sofisticação da contemporaneidade com a patine de uma cidade antiga, repleta de tesouros nacionais.

E o estilo e atitude milaneses notam-se, desde logo, nas ruas, com homens e mulheres que parecem saídos de revistas, e lugares – lojas, restaurantes, cafés, bares, hotéis, edifícios – do mais sofisticado que há. Se gosta de folhear revistas de moda, aqui vai sentir-se dentro de uma. Mas, se prefere os livros de história, aqui também se vai sentir em casa.

É que Milão, embora tenha vibrações contemporâneas, tem alma antiga e isso está bem patente nos seus monumentos, a começar pela Piazza del Duomo, que é a praça da catedral, como dizemos em português.

Esta monumental igreja em estilo gótico, impressiona pela dimensão e pelo detalhe. Mármore ultra-trabalhado, onde não faltam pormenores e ornamentos, vitrais belíssimos, interiores em madeira com chãos de pedra trabalhados, magníficos órgãos, e telhados surpreendentes – com uma verdadeira galeria a céu aberto com mais de cem estátuas!

É um monumento magnífico, situado numa praça à sua altura, com uma gigantesca área à volta da qual pode encontrar diversas lojas e cafés perfeitos para desfrutar do espírito italiano.

Não muito longe encontra-se outra catedral, mas desta vez, da moda: a Galleria Vittorio Emanuele II. E embora pareça um museu é, na verdade, uma galeria comercial onde se encontram as mais prestigiadas e luxuosas marcas do mundo. Fazer compras ou refeições neste espaço é sinónimo de status, mas a visita vale a pena, mesmo para quem prefere fechar os cordões à bolsa.

Falando em refeições, é em Milão que se encontra a mais famosa de todas: A Última Ceia, de Leonardo da Vinci, pintada na parede do refeitório do convento de Santa Maria delle Grazie. Uma obra fascinante que, a par da Gioconda ou Monalisa, também com a assinatura da Vinci, é, provavelmente, das pinturas mais reproduzidas do mundo. Pois bem, aqui está a genuína, se gosta de pintura, não perca!

Milão tem ainda muitas outras atrações, como o La Scala de Milão, uma das mais conhecidas e prestigiadas salas de espetáculos, especialmente, de ópera e a casa onde se estrearam, por exemplo, Otello, de Verdi ou Madame Buterfly, de Puccini; o Castelo Sforzesco, uma magnífica fortaleza do século XV que é, hoje, uma Pinacoteca onde encontra obras de diversos pintores famosos, um museu arqueológico e espaço de exposições, arquivo e biblioteca.

Já fora da cidade, outros locais são dignos de visita. E os lagos - Como, Garda, Maggiore e Iseo – são alguns deles.

O Lago de Como é o mais próximo de Milão e um dos maiores do país. Como tal, a paisagem é sereníssima, com as suas águas tranquilas. À volta destas encontram-se os Alpes e diversos povoados, como Bellagio ou Tremezzo, onde não faltam casinhas empoleiradas nas encostas e enormes vilas à beira-lago.

Com uma vibe menos serena, o Lago Garda é um importante ponto turístico inclusive para italianos que para aqui se deslocam especialmente no verão. Sirmione é a principal povoação da região, e um pitoresco lugar onde encontra um centro histórico com castelo medieval e ruínas romanas.

Ao contrário do que o nome indica, o Lago Maggiore é o segundo maior do país, com uma superfície de mais de 200 quilómetros quadrados, e divide a sua fronteira com a Suíça. É aqui que, entre outras povoações como Baveno ou Arona, está localizada charmosa Stresa que fica mesmo em frente às ilhas Borromeo - Isola Bella, Isola Madre e Isola dei Pescatori - todas excelentes locais de visita.

Finalmente, Iseo é o mais pequeno dos lagos, mas nem por isso menos bonito. Aliás, se quer relaxar, este talvez seja a melhor opção justamente por ser menos turístico. Mas, seja qual for o lago que preferir, certo é que, nesta região, passear de barco, fazer travessias de ferry e andar pelas aldeias históricas são programas que não cansam. Vai ver!

Depois dos lagos, já em terra firme, e a meio caminho de Milão ou Veneza, uma das mais belas cidades italianas, Verona. Com as suas ruas medievais e os seus monumentos romanos como a Arena, Verona é uma cidade realmente amorosa. Até porque é a cidade-palco da maior história de amor de sempre, Romeu e Julieta.

Embora seja um romance de ficção, a verdade é que Shakespeare elegeu Verona como cenário, que, entretanto, e de forma mais ou menos turística, se concretiza no mundo real. É o exemplo da casa da Julieta onde, para além de uma estátua da amada de Romeu, está a janela a partir da qual eles se comunicavam. Valerá a pena a visita? Só mesmo passando por lá e ver...

Mudando para outro tipo de paixão, a ópera. E se é fã, saiba que todos os anos de junho a setembro, acontece o Festival de Ópera na Arena de Verona.

É um local magnífico para assistir a obras como Aida, La Traviata, Carmen, Carmina Burana e muitas outras, já que este é um anfiteatro romano com uma excelente acústica. E onde outrora os gladiadores lutavam, hoje, é a música que atrai os visitantes.

Verona tem ainda outros locais de interesse, mas só passear e desfrutar é já uma experiência em si, nesta belíssima cidade situada nas margens do rio Ádige.

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Veneza & Pádua

Única e maravilhosa. Assim é Veneza, uma cidade que merece ser visitada, pelo menos, uma vez na vida. É que Veneza parece saída de um sonho: uma cidade sem carros e motas, onde só se anda a pé ou de barco, com fantásticos monumentos, e magníficos edifícios – verdadeiros palácios virados para os múltiplos canais que estão interligados por centenas de pontes.

Porque é tão especial, visitá-la é um desafio. Pode fazê-lo durante o dia, quase só de passagem para ter uma ideia geral da cidade, ou ficar mais tempo e imergir neste ambiente onírico que nos transporta para outra era. A segunda opção é a preferível, até porque como é uma das cidades mais turísticas de Itália, durante o dia são muitos os turistas a circular de um lado para outro.

Portanto, é muito cedo de manhã, ou já só ao final do dia é que tem a genuína sensação de conhecer a Veneza verdadeira, e ficará surpreendido pelo silêncio desta cidade sem trânsito.

Aqui, só estar já é uma experiência, pois é estar no centro de um cenário mágico. Apanhando o Vaporetto – os barcos tipo autocarro que andam pelos canais principais – pode deslocar-se facilmente pelos principais lugares. Mas, se preferir, pode andar a pé por entre ruas e pontes. Veneza é suficientemente pequena para que isso seja possível.

E se, quando se visita um lugar bastante turístico, nem sempre apetece visitar todos os pontos ‘obrigatórios’ porque estão sempre cheios, justamente, de turistas, Veneza é daqueles lugares em que nada exagera, e é, até, difícil deixar de parte algum lugar. Senão, vejamos:

A Praça de São Marcos é ponto de encontro de todos em Veneza e com Veneza. Em parte, porque é aqui que estão concentrados muitos dos seus principais pontos de interesse, como a Basílica de São Marcos, a Torre do Relógio e o Palácio Ducal com a Ponte dos Suspiros, onde os prisioneiros da Inquisição suspiravam ao ver, pela última vez, antes de serem encarcerados, a liberdade.

Enquanto nestes monumentos pode apreciar os diferentes estilos arquitetónicos e as obras de arte que se encontram nos seus interiores, nas arcadas da praça encontra lojas e cafés, entre eles o famoso Caffè Florian, frequentado por notáveis como Charles Dickens, Lord Byron, Marcel Proust, entre outros, onde ainda hoje pode desfrutar de um espresso original com os requintes dos grandes cafés do século XVIII.

Navegar pelo Grande Canal é obrigatório: não só para apreciar a Veneza dos palácios e das gôndolas, das pontes e dos barcos, da agitação do trânsito aquático, como porque é, de facto, a grande avenida que permite conhecer Veneza, e alguns dos principais edifícios como o Casino, a Ponte Rialto, entre outros.

Se é fã do romance Morte em Veneza, de Thomas Mann, ou de Cinema, em geral, gostará de visitar o Lido, uma ilha próxima de Veneza até onde pode ir de Vaporetto, e um destino de praia no mar Adriático. Foi aqui que Thomas Mann terá escrito o seu mais conhecido romance, e que, depois, Visconti adaptou ao cinema. E é também aqui que em setembro acontece o Festival Internacional de Cinema de Veneza. Um luxo!

Continuando pelo norte de Itália, mas já fora de Veneza, não parta sem passar por Pádua, a cidade do Santo António de Lisboa. Sim, isso mesmo!

Esta cidade universitária tem um rico passado histórico e, como quase todas as cidades italianas, muitas igrejas e locais de interesse para visitar. Mas é por ser aqui que repousa Santo António, que a cidade é conhecida.

Afinal, este é o mesmo santo que nasceu em Lisboa em 1195, e que morreu em Pádua, a 13 de junho de 1231, data que, em Portugal é festejada como o dia de Santo António, e em Itália como a Festa del Santo.

A Basílica de Santo António, é, por isso, um lugar que vale a pena visitar, sendo quase uma ponte que liga e aproxima os dois países.